


Interpretando o METAR:
Olá comandantes.
Grande parte dos pilotos virtuais não sabe o que é, ou pra que serve um METAR, foi pra isso que resolvi criar um tutorial falando sobre os mesmos. Vamos então ao que interessa.
O METAR é uma mensagem para fins aeronáuticos, que tem o objetivo informar os fenômenos meteorológicos em um determinado aeródromo, a uma determinada hora. Vamos à prática.
METAR SBJR 1400Z 18012KT 3000 HZ FEW008 SCT020 OVC100 25/20 Q1010
Irei agora descrever cada parte da mensagem:
METAR: Natureza da mensagem, este nome é posto a fim de diferenciar esta mensagem das outras.
SBJR: Código ICAO do Aeródromo a que a mensagem se refere.
101200Z: Dada e hora da mensagem. Dia 10; às 12 horas UTC (Universal Time Coordinated. [Hora Universalmente Coordenada]. Também conhecida por "Hora Zulu" ou, ainda, "Hora GMT").
Obs: Não ha necessidade o mês, pois essa mensagem é trocada de hora em hora.
18012KT: Direção e velocidade do vento. Vindo de 180° com 12nós.
Variantes encontradas neste grupo da mensagem:
- Informações relacionadas a rajadas são indicadas pela letra G (Gust). Exemplo:
18012G25KT - Ventos de 180 graus com 12 nós de velocidade, e rajadas de 25nós.
- Direção do vento não precisa, indicada por VRB. Exemplo:
VRB12KT - Ventos de direção indeterminada com 12nós.
- Variações na direção com limitações definidas. Exemplo:
18012KT 140V220: o 180 indica a média da direção 220+140 = 360 : 2 = 180; o vento está variando entre 140 e 220 graus.
- Valores da velocidade do vento superiores a 99KT são informados com a letra P (plus). Exemplo:
180P99KT
- Vento calmo. Exemplo:
00000KT
Obs: Na meteorologia o vento só é calmo quando sua velocidade for 00. Diferente da aviação que ventos abaixo de 06KT são considerados calmos.
3000: Visibilidade, codificada em metros.
Observações:
1) Visibilidade superior a 10Km ou 10000m indicar-se-á 9999.
2) Visibilidade ZERO é informada 0000.
3) Pode haver da visibilidade observada não for a mesma em todos os setores do aeródromo, neste caso será adicionados os pontos cardeais ou colaterais, em relação ao aeródromo, conforme exemplos a seguir:
3500NW: 3500 metros no setor noroeste do aeródromo.
1500S: 1500 metros no setor sul do aeródromo.
4) Caso o aeroporto possua visibilhometros (instrumento capaz de medir a visibilidade representativa da pista, conhecida como RVR - Runway Visual Range / Alcance Visual na Pista) será informado da seguinte forma:
R20/2000: R20 - pista 20; 2000 metros de visibilidade.
- Tendências do alcance visual:
R20/2000U: 2000 metros, tendendo a aumentar (U - up)
R20/2000N: 2000 metros, sem tendências (N - no change)
R20/2000D: 2000 metros, tendendo a diminuir (D - down)
HZ: Fenômeno significativo presente.
Fenômenos significativos:
- Intensidade ou Proximidade:
- (sinal de negativo) - LEVE
(sem sinal) - MODERADA
+ (sinal de positivo) - FORTE
VC: NAS VIZINHANÇAS
- Descritor:
TS - TROVOADA
SH - PANCADA
- Precipiração:
DZ - CHUVISCO
RA - CHUVA
SN - NEVE
GR - GRANIZO
GS - GRANIZO PEQUENO
- Obscurecedor:
BR - NEVOA ÚMIDA
FG - NEVOEIRO
FU - FUMAÇA
VA - CINZAS VULCANICAS
SA - AREIA
HZ - NEVOA SECA
FEW008 SCT020 OVC100: Nebulosidade (OVC + SCT).
Informadas até três camadas, por altura, da mais baixa para a mais alta.
Será informada a quarta camada caso haja alguma nuvem de natureza CB ou TCU.
FEW - poucas nuvens - 1/8 ou 2/8 da abóbada celeste.
SCT - núvens esparsas - 3/4 ou 4/8 da abóbada celeste.
BKN - nublado - 5/8 a 7/8 da abóbada celeste. (Constitui teto)
OVC - encoberto - 8/8 da abobada celeste. (Constitui teto)
Obs: A altura das nuvens será informada em centenas de pés.
CAVOK - Indicará céu claro. Ceiling And Visibility OK
Obs: Não havendo nuvens a 5000 pés ou mais, e caso não possa ser utilizado o termo CAVOK será codificado NSC (No Significant Clouds).
25/20: Temperatura do ar e temperatura do ponto de orvalho, respectivamente, em graus Celsius.
Obs: Temperaturas negativas serão informadas por M (minus)
Q1010: Pressão ao nível do mar para ajuste de altímetro no aeródromo.
Informações Adicionais:
Será usada a sigla RE junto aos fenômenos meteorológicos, caso este fenômeno tenha acontecido recentemente.
RERA - Significa que recentemente estava chovendo no Aeródromo.
Ao final da mensagem será reportada a existência de WindShear, e a pista de ocorrência. Por exemplo: WS RWY 20 (Windshear pista 20) / WS ALL RWY (Windshear em todas as pistas)
EXEMPLO:
SBGL 121100Z 20015KT 5000 BKN030 +RA 22/15 Q1025
GALEAO DIA 12, 11 HORAS UTC, VENTOS DE 200 COM 15 NÓS, VISIBILIDADE 5KM, NUBLADO A 3000FT, CHUVA FORTE, TEMPERATURA DO AR 22°C, PONTO DE ORVALHO 15°C, AJUSTE DE ALTÍMETRO 1025HPA
É isso aí pessoal, espero ter ajudado. Em breve voltarei com novas matérias relacionadas a meteorologia. Qualquer sugestão ou reclamação será muito bem vinda.
Bons vôos! Mantenha os olhos nos céus!
VOR
O VOR (VHF Omnidirectional Range) é um auxílio à navegação que opera em VHF nas freqüências de 108.00 até 117.95 Mhz. Ainda é o meio de navegação mais utilizado em todo o mundo, embora seu fim esteja próximo, com a implantação do sistema GPS como meio de navegação primário para a aviação. No avião, seu aparelho receptor é identificado pela abreviatura NAV. O painel do Cessna no FS5 tem 2 destes receptores, localizados à direita do altímetro e do Climb.
O VOR transmite sinais de rádio em freqüência VHF. Por este motivo o seu alcance fica limitado, pois ao contrário dos sinais do NDB, os sinais do VOR não conseguem acompanhar a curvatura da Terra. Por isso o seu alcance é limitado por obstáculos do terreno (montanhas) conforme a altitude da aeronave. Quanto mais alto você estiver, maior será o alcance, até que decresça a força do sinal no espaço (a modulação espacial percebida pelo receptor de bordo), isso na vida real... No FS5 o alcance é de cerca de 70 a 90 milhas. Muitos VORs têm também uma estação de DME (co-locada) que mede continuamente a distância entre a aeronave e a estação (o site do VOR). Notem que essa distância é o que chamamos de "slant range" ou seja, a distância direta entre o transmissor do DME e o avião. Isso significa que se sobrevoarmos o VOR a 6000 pés de altura, por exemplo, a menor distância que leremos no indicador será de 1 milha náutica. Veja a figura.
Logicamente, quanto mais afastados estivermos do DME, menor vai ser o erro. Você pode também ler a sua velocidade em relação ao solo, usando o DME. No FS5 dê um click com o mouse onde está indicada a distância, e o indicador vai passar a mostrar a velocidade do avião em relação ao solo. Tenha em mente o fato de que o DME mede a razão de aproximação da aeronave em relação ao VOR. Ele não tem capacidade de medir diretamente a velocidade do avião em relação ao solo, e sim a razão de aproximação para o VOR. Isso significa que a indicação de velocidade só será correta se você estiver aproando diretamente o VOR. Caso a sua proa não seja exatamente a direta para o VOR, à medida que você se aproximar, a indicação de velocidade irá diminuindo, até eventualmente chegar a zero, quando o avião passar ao lado do VOR. Tenha em mente que o efeito do "slant range" também vai afetar a precisão da indicação.
Antes de aprendermos como nos orientar pelo VOR, vamos conhecer os componentes dos seus instrumentos de bordo:
OBI - (Omni Bearing Indicator) - é onde vamos ler um CURSO de aproximação ou de afastamento do VOR (RADIAL); bem como as radiais de referência para definir cruzamentos na nossa navegação. Esses cursos e radiais são selecionados por meio do OBS (Omni Bearing Selector nos aviões, mas no FS5 é pelo clicar do mouse ou pelo teclado, que fazem o papel do OBS.
Indicadores TO/FROM - Indicam se o rumo lido no OBI corresponde a um CURSO (rota eletrônica espacial que nos levará para o VOR (TO)) ou uma RADIAL (que nos afastará do VOR (FROM). Caso indique OFF é porque estamos fora do alcance do VOR, ou passando diretamente sobre ele, ou no través da radial selecionada no OBI, ou ainda, com o transmissor VOR inoperante ou nosso receptor VOR com defeito.(Será discutido mais tarde).
CDI - O CDI nos indica o quanto estamos afastados da radial/curso que foi selecionado. Para o VOR cada ponto (dot) representa 2.5 graus fora do curso. Uma deflexão total significa 10 graus ou mais fora da rota.
INDICADOR E BARRA DO GLIDESLOPE - Serão descritos em detalhes no capítulo referente ao ILS.
Utilizando o VOR para navegação:
Suponha então que queremos nos aproximar de um VOR. Para saber qual é a proa que devemos tomar para ele (TO) devemos adotar o seguinte procedimento.
1- Sintonize a freqüência apropriada, (em vôo real ou nos simuladores que possuem essa faculdade, ouça os sinais identificadores do VOR).
2- Com o ponteiro do Mouse no OBI vá aumentando ou diminuindo o número no OBI até centrar a barra do CDI e o indicador TO/FROM indicar TO. O número que estiver no OBI é o seu CURSO para o VOR, ou seja, a proa que você deve voar para bloquear o VOR. (Se não houver vento de través)
Suponha que o CURSO foi o 090, ou seja, deveremos voar com proa 090 para voarmos direto para o VOR. No painel de instrumentos ficaria assim:
Graficamente seria assim:
Agora que vimos como achar o rumo para se voar até um VOR, veremos como trabalhar com o OBI para nos aproximarmos por um determinado curso para um VOR. Lembrem-se sempre do seguinte:
Como funciona o sistema de Curso/Radial no VOR:
Uma das maiores dificuldades que os iniciantes têm com o VOR é que, ao contrário do ADF, suas indicações nãodependem da proa da aeronave. Será falado sobre isso mais tarde. O princípio para aproximar voando um determinado CURSO (equivalente ao QDM do ADF) é o seguinte: Cada radial do VOR é verdadeiramente um caminho eletrônico fixo no espaço, definido por modulação espacial de um sinal fixo de referência e outro sinal variável. Cada grau dos 360 dessa variação é enxergado e medido pelo comparador de fases do receptor de bordo. Essas diferenças de fase são traduzidas em graus no OBI. Portanto, a modulação está na "mente" do receptor de bordo e não diretamente no espaço. É por essa faculdade do VOR que as radiais e cursos independem da proa
Vamos supor que foi selecionado no OBI o CURSO 360 (Norte). Atenção: Todas as informações do VOR são em relação ao NORTE MAGNÉTICO. Para cada curso selecionado do OBI o VOR reconhece 6 zonas distintas (Na verdade isso é um artifício didático):
Vamos analisar a indicação que aparecerá no VOR para uma aeronave que esteja em cada um dos 6 setores: Prestem atenção no fato de que a INDICAÇÃO DO VOR NÃO DEPENDE DA PROA DA AERONAVE!!! Isso significa que paraQUALQUER PROA que a aeronave esteja mantendo, teremos a mesma indicação do VOR. Isso é de extrema importância que seja compreendido, conforme veremos mais tarde.
SETOR 1:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação no VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360, será a seguinte:
SETOR 2:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:
SETOR 3:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação no VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360, será a seguinte:
SETOR 4:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:
SETOR 5:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:
SETOR 6:
- Caso a aeronave esteja neste setor, a indicação do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:
O ADF:
O mais simples instrumento de navegação é o ADF (Automatic Direction Finder). Foi o primeiro auxílio-rádio para o vôo IFR. Surgiu por volta de 1923 e é usado até hoje. Utiliza-se de sinais em AM de estações transmissoras chamadas de NDB (Non Directional Beacon) ou radiofarol, ou então de emissoras de rádio em AM comuns ( Broadcasts).Consiste o ADF um receptor e de uma unidade receptora. Vamos primeiro analisar o seu mostrador. Ele consiste de um ponteiro, que gira sobre um mostrador dividido em 360 graus. Veja a figura.
O Horizonte Artificial:
Também conhecido como AI (Attitude Indicator) ele mostra ao piloto qual a posição da aeronave em relação ao horizonte. Tem 2 movimentos. Um lateral, que mostra a inclinação da aeronave no seu eixo de rolamento (BANK) e um que mostra a inclinação em relação ao seu eixo longitudinal (PITCH). O BANK é variado usando-se os ailerons, e o pitch usando-se os profundores e/ou o compensador ( 7 e 1 do teclado numérico ).
Se você olhar no topo do AI verá 8 traços radiais, sendo 6 relativamente próximos do topo e outros 2 mais afastados. São os indicadores de inclinação. Cada tracinho representa 10 graus de bank. Os outros dois mais afastados indicam que o avião está inclinado a 60 graus. Durante o vôo IFR não se deve ultrapassar 30 graus de inclinação.